Diofanto
Diofanto tem o seu nome ligado à
cidade que foi o maior centro de atividade matemática na Grécia antiga. Pouco
se sabe acerca da sua vida, o desconhecimento impede-nos mesmo de fixar com
segurança em que século viveu. Têm sido sugeridas datas distanciadas de um
século, antes ou depois do ano 250 d. C. Por uns versos encontrados no seu
túmulo, escritos em forma de um enigmático problema, deduz-se que viveu 84
anos. Positivamente, tal problema não deve ser tomado como o paradigma dos
problemas sobre os quais se interessou Diofanto pois ele pouca atenção deu a
equações do 1º grau.
Alexandria foi sempre um centro muito cosmopolita e a
matemática que se originou nela não era toda do mesmo tipo. Os resultados de
Heron eram bem diferentes dos de Euclides ou dos de Apolonios ou dos de
Arquimedes, e na obra de Diofanto há novamente uma quebra abrupta da tradição
clássica grega. O principal tratado de Diofanto conhecido, e que. Ao que
parece, só em parte chegou até nós, é a Arithmetica. Apenas seis dos livros dos
13 livros originais em grego sobreviveram, o que não passa de uma conjectura.
Era um tratado caracterizado por um alto grau de habilidade matemática e de
engenho, pelo que pode ser comparado aos grandes clássicos da Primeira idade
Alexandrina, ou seja, da época de ouro da matemática grega, no entanto, quase
nada têm em comum com esses ou, na verdade, com qualquer matemática grega
tradicional. Diofanto, mais que um cultor da aritemética, e sobretudo da
geometria, como o foram os matemáticos gregos anteriores, deve considera-se um
precursor da álgebra, e, em certo sentido, mais vinculado com a matemática dos
povos orientais do que com a dos gregos. A sua Arithmetica assemelha-se à
álgebra babilónica em muitos aspectos, mas enquanto os matemáticos babilónicos
se ocupavam principalmente com soluções aproximadas de equações determinadas e
sobretudo de equações indeterminadas do 2 e do 3 graus das formas canónicas, em
notação atual Ax^2+Bx+C =y^2 e Ax^3+Bx^2+Cx+D=y^2, ou conjuntos destas
equações. É exatamente, por esta razão - em homenagem a Diofanto que a esta
Análise indeterminada se chama Análise diofantina ou Análise diofântica.
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