Mileva Marić
Mileva Marić foi uma física e matemática sérvia. Foi a primeira esposa de Albert Einstein, de 1903 a 1919, com quem teve
três filhos: Lieserl Einstein, Hans Albert Einstein e Eduard
Einstein. Mileva era a única mulher da turma de Einstein no Instituto
Federal de Tecnologia de Zurique e a segunda mulher a terminar
o curso no Departamento de Matemática e Física da instituição.
O casal se separou em 1914, quando Mileva levou as crianças para Zurique. O divórcio foi oficializado em 1919, ano que em Albert se casou novamente. Quando ele recebeu
o Prêmio Nobel em 1921, transferiu todo o dinheiro para Mileva, para que fosse
usado na criação dos filhos. Em 1930, aos 20 anos de idade, seu terceiro filho Eduard, então
estudante de medicina, teve uma crise, que levou ao diagnóstico de esquizofrenia.
Com o aumento das despesas por conta do tratamento do filho, Mileva teve que
vender duas das três casas que ela e Albert compraram para custear a internação.
Albert fez contribuições regulares para o cuidado do filho, que continuou
depois que ele emigrou para os Estados Unidos com sua segunda
esposa, Elsa, sua prima em
primeiro grau.
Muito se discute se Mileva
contribuiu e o quanto contribuiu para os primeiros trabalhos de
Albert. Muitos historiadores da ciência argumentam que ela não teve
nenhuma contribuição importante ao trabalho do ex-marido, enquanto outros,
baseados nas cartas trocadas entre o casal, alegam que ela foi fundamental para
a pesquisa e cálculos nos primeiros artigos publicados por ele.
O filho do casal, Hans Albert,
disse que a mãe, ao se casar com Albert, desistiu de qualquer ambição na
carreira científica. A afirmação de que ela seria coautora de
alguns dos primeiros trabalhos de Albert, que levaram aos artigos publicados
em 1905, se baseiam em um relato do físico russo, Abram Joffe, que teria
atribuído um trabalho de três autores Einstein-Marity
erroneamente. Em 1905, Mileva teria dito a um amigo que eles, Mileva
e o marido, tinham terminado um trabalho importante, que deixaria seu marido
famoso. O fato de Albert se referir no plural em suas correspondências
indicaria o período em que ele e Mileva eram estudantes em Zurique, quatro anos
antes dos artigos publicados em 1905.
Usar referências no plural,
segundo alguns historiadores, como John Stachel, era comum em
suas cartas e que nas correspondências trocadas com Mileva onde ele conta sobre
seus feitos científicos, ela não dava nenhuma resposta a respeito. Suas cartas
para ele eram puramente pessoais e ela não comentou com amigos nem familiares
sobre suas supostas descobertas ou feitos científicos. O conteúdo de algumas
cartas apenas sugerem que houve uma colaboração entre eles, pelo menos,
em 1901. Entretanto, não é possível visualizar nessas cartas
contribuições teóricas feitas por Mileva, já que apenas Einstein se referia à
teoria no plural. A biografia de Einstein, no entanto, mostra que os temas que
levaram à produção de seus primeiros trabalhos já ocupavam suas reflexões antes
de seu relacionamento com Mileva.
POR: BRUNA TROVÃO
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